segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Tem início ensaios da Quadrilha Junina Sol do Meu Sertão

E depois do Carnaval é São João. Em Quixeramobim, por exemplo, o grupo que representará a cidade em festivais juninos pelo Ceará iniciou seus ensaios neste final de semana

Quixeramobim, por ser um dos mais antigos municípios do Estado do Ceará, possui uma grande carga cultural inata, que é oriunda de inúmeras manifestações culturais presentes desde a sua fundação. Nesta terra de muitos filhos ilustres, como Antônio Conselheiro, Fausto Nilo, Antônio Fernandes e muitos outros, se descobrem talentos que não deixam a desejar a nenhum outro lugar.

É apostando nesse talento que a nova filosofia do Instituto Sol do Meu Sertão de Arte e Cultura foi implantada, na busca de uma perspectiva de oportunizar e dar acesso a jovens e profissionais da cidade de Quixeramobim, no tocante aos trabalhos desenvolvidos pelo ISMSAC, e por ele assim o desenvolvimento da Quadrilha Junina Sol do Meu Sertão.
O grupo soma com a cidade a capacidade de motivar artistas locais, oportunizando uma nova forma de inserção no meio cultural, fortalecendo suas raízes e ainda gerando emprego e renda para estes profissionais. O trabalho de resgate e o fomento a iniciação profissional é e tem sido uma das premissas guiadores dos projetos do Instituto Sol, o que acrescenta-se a condição de congraçamento em ações concretas voltadas para o público em geral.

Tiveram início neste sábado e domingo, 13 e 14, respectivamente, em fevereiro, os ensaios da Quadrilha Junina Sol do Meu Sertão, mais um produto do Instituto Sol do Meu Sertão de Arte e Cultura. Os ensaios ocorrerão até maio, sempre aos sábados, a partir das 17 horas, e aos domingos, a partir de 18 horas, no ginásio do antigo CSU, no Bairro Duque de Caxias, em Quixeramobim.
Tema 2016
O cinema brasileiro tem retratado o Nordeste, e por seu contexto, o nordestino e seu Sertão, desde as décadas de 1940 e 1950, com histórias que definem um cotidiano de sonhos e aspirações no qual integram personagens que fazem a vida do cinema nacional.

Em 2016, a Quadrilha Junina Sol do Meu Sertão abraça a temática nordestina encravada nas telonas do cinema, trazendo para os festejos do São João 2016 o tema: "Luz, Câmera, Sertão - A Sétima Arte no São João". Por si só, a representação temática do projeto 2016 do grupo busca atingir o imaginário popular sobre a figura do Nordeste, que por vezes parece imutável.
O grupo construirá uma abordagem não do cinema em si, em sua forma intrínseca, como local de produção de imagens e sons, mas em sua disciplinaridade na produção de filmes e na centralização do personagem retratado, o nordestino e o Sertão, fortalecendo suas representações, sua própria identidade cultural, o fazendo assim compreender como rica e forte é esta região para o Brasil.

Na sétima arte, desde o movimento do cinema novo, nos anos 60, a região Nordeste tem ganhado força e serve de inspiração para diversos produtores do audio-visual, e que tem feito do cinema uma forma de propagar a história e também as mazelas presentes na característica do Nordeste. Todo esse movimento marcou de forma singular o jeito de perceber o semiárido. É bem verdade que o cinema, ao longo dos anos, principalmente no Sertão, tem sido visto pela forma significativa de sua aridez, e ainda de seus problemas sociais, como a expulsa ou desabitação por falta de oportunidades, mas mesmo com toda essa transferência de agruras, expôs a felicidade, a beleza de seus campos e a simpatia de sua gente, de seu povo.

Não há quem contrarie Euclides da Cunha, o sertanejo é sim um forte, desbravador, e acima de tudo tem suas histórias registradas, em grande obras cinematográficas, que ficarão para sempre no imaginário brasileiro. É, talvez, difícil pensar em cinema no nosso país sem relembrar o fenômeno de “O Auto da Compadecida” - “Lisbela e o Prisioneiro”, a releitura de “O Bem Amado”, a misticidade de “O Pagador de Promessas” - “Guerra de Canudos” e a musicalidade de “Gonzaga de Pai Pra Filho”, e muitos outros.

A literatura, suas representações, sua rica diversidade cultural, as cidades, a língua, o sertanejo e o vídeo, a junção que transformou a forma de pensar em cinema de qualidade. Então, abre o 'set', porque é ora de: "Luz, Câmera, Sertão - A Sétima Arte no São João".

O desafio de 2016 é maior do que o traçado no ano anterior. Este ano a expectativa é de que mais de oitenta jovens estejam envolvidos diretamente com o espetáculo cênico da Sol do meu Sertão. Além do corpo de dançarinos, já tiveram início os ensaios para o Regional, que é o grupo musical específico para animação da dança na Quadrilha Junina. “O que nos motiva a traçar mais um caminho pelas veredas do mundo junino é a certeza do amor que o grupo Sol do Meu Sertão tem pela arte transpassada na figura da dança, do teatro e do romanceiro popular, fazendo das festas juninas uma das marcas fortes do trabalho do ISMSAC”, revelou João Paulo Vasconcelos, marcador e coreógrafo do grupo junino em 2016.

Este projeto é apoiado pela Prefeitura Municipal de Quixeramobim – Secretaria Municipal da Cultura e do Turismo.

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